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Dermatite Atópica

Dermatite atópica, também chamada de eczema atópico, é uma inflamação mediada por mecanismos alérgicos. Mecanismo com elevação de imunoglobulina E é bem esclarecido e alguns alérgenos são bem documentados como gatilhos de crises. Alguns alimentos estão envolvidos, mas seu papel, geralmente, se relaciona com quadros graves.

Distribuição

A dermatite atópica vem aumentando de incidência nos últimos anos, mais predominantes em crianças de áreas urbanas e naqueles locais onde se tem estrutura de países ocidentais. Parece haver uma pequena predominância entre sexo feminino de 1,3 menina para 1 menino e cada vez mais se manifesta antes dos cinco anos de idade. Metade dessas crianças manterão o quadro de dermatite na fase adulta.

Fator de risco

O principal fator de risco para dermatite atópica é a história familiar de atopia. Quando um parente de primeiro grau tem alergia há aumento de 2 a 3 vezes o risco e se houver dois parentes esse risco aumenta 2 a 5 vezes.

Causas Prováveis

A patogênese da dermatite atópica se relaciona a múltiplos fatores como anomalias na pele com redução da barreira, alteração da imunidade (inata e adquirida TH2) e alterações da microbiota da pele.

Alguns estudos europeus mostram que há correlação com mutações em gêmeos, principalmente em proteínas da pele, como a fligarina e seu processamento.

A desregulação imunológica também é citada. O sistema imunológico em alguns com dermatite tem alterações na sua primeira fase de luta contra os germes, sistema imune inato. Se identificaram mutações em genes que permitem que a pele seja colonizada por bactérias causadoras de doença, como o Staphylococcus aureus. Alguns teorizam que a quebra na barreira pode incentivar o sistema imune secundário, o adaptativo, a produzir uma reação exacerbada, com produção de imunoglobulina E.

Apresentação clínica da dermatite.

O quadro é bem variado, mas existem dois sinais cardinais: secura da pele e coceira.

Eczema na face com descamação e sinais inflamatórios.

Em crianças de até 2 anos, o quadro se caracteriza com vermelhidão, coceira, descamação, lesões nas áreas de extensão, bochechas e couro cabeludo. Geralmente poupa área das fraldas. Em casos graves pode ter vesículas e crostas também.

Eczema de face e em tronco. A criança se coça.

Depois de 2 anos há predileção de áreas de flexura, menos exsudato, mais escarificada e liquenificada. A medida que a pessoa fica mais velha, a doença tende a ter menos inflamação aguda, mais liquenificada e localizada em flexuras.

Lesão mais localizada em superfície flexora com espessamento da pele.

A dermatite atópica pode está dentro da Marcha Alérgica!

Dermatite Atópica pode ser seguida por Rinite Alérgica e Asma. Quanto mais cedo o quadro se inicia, maior a chance da criança marchar nessa sequência.

E os alimentos, qual seu papel?

Alguns estudos mostram que alimentos podem estar envolvidos com a dermatite atópica, porém seu papel é limitado. A suspeita de relação varia em estudos de 30 a 80%, mas sua confirmação nem sempre é feita.

A dermatite pode ser engatilhada sim por alimentos e sua resposta pode ser de dois tipos, mediada por anticorpos IgE ou não mediada. Quando mediada por IgE, a piora da dermatite acontece minutos após a exposição ao alimento desencadeante e se for Não IgE mediada, pode demorar horas a dias para ter reação.

O diagnóstico ocorre com a melhora na retirada do alimento e piora com a exposição. Em lactentes, os achados que dão pistas a dermatite por alimentos são vômito, diarreia e dificuldade no ganho de peso. Outro fator que pode sugerir alergia alimentar é a eosinofilia. Os testes alérgicos podem ser realizados sob a luz da história clínica. A resposta a IgE deve ser interpretada com o quadro clínico.

O ovo é o alimento mais relacionado a dermatite atópica.

Tratamento

O tratamento envolve medidas comportamentais e medidas medicamentosas.

O cuidado começa com a eliminação de fatores desencadeantes, como alergênicos, quando identificáveis. A rigor é bom retirar contato com sabão em pó, amaciante e perfumes, por exemplo.

Outra medida se dá através de cuidados com a pele, envolvendo limpeza adequada sem, porém, remover a sua camada protetora de oleosidade e capacidade de barreira. O banho deve ser bem curto, água não muito quente. Alguns lugares com menores temperaturas chegam a recomendar limitação de banhos a cada 2 dias, por exemplo para que se evite a remoção da oleosidade da pele. Essa realidade no Brasil, principalmente em locais mais quentes, não é factível, sendo recomendado pelo menos 1 banho por dia. Algumas vezes, a medida que houver sujidade da pele, pode-se orientar mais de um banho por dia, claro que não utilizando sabonete em todo corpo. Existem sabonetes hipoalergênicos, com menor capacidade de desencadear reação inflamatória da pele.

A hidratação da pele é medida fundamental. Existem emolientes que podem ser usados durante o banho para manter a capacidade de barreira da pele e outros que se usam depois, garantindo a recuperação da ligação dos queratinócitos e a manutenção da pele hidratada. Todos são hipoalergênicos, sem fragrância, para que não engatilhem reações alérgicas.

Há recomendação também de banhos profiláticos com água sanitária diluída em água duas vezes na semana, reduzindo a colonização por bactérias, especificamente o Staphylococcu aureus.

As medidas farmacológicas envolvem uso de corticoide tópico, inibidores de calcineurina, anti alérgicos e até imunossupressores.

Veja artigo de revisão da Sociedade Brasileira de Pediatria

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