Cópia de 3. Desafios e Soluções para a Inclusão Alimentar de Crianças com Intolerância à Lactose na Educação Infantil

Doenças Gastrointestinais Funcionais em Crianças: Compreendendo e Gerenciando Sintomas Comuns

As doenças gastrointestinais funcionais, conhecidas como DGIF, se manifestam através de sintomas crônicos ou frequentes no trato digestivo, mas sem que haja alterações estruturais ou bioquímicas observáveis que os expliquem. Em crianças, essas condições são bastante comuns e podem afetar consideravelmente seu bem-estar e o de suas famílias.

 Principais Tipos de DGIF em Crianças

Dentre as DGIF mais encontradas entre os pequenos, podemos destacar:

– Síndrome do Intestino Irritável (SII): Esta síndrome é identificada pela presença recorrente de dor abdominal, associada a mudanças nos hábitos intestinais, como diarréia, prisão de ventre, ou ambos.

– Dispepsia Funcional: Envolve uma sensação de desconforto ou dor na parte superior do abdômen, geralmente relacionada ao consumo de alimentos.

– Enxaqueca Abdominal: Caracteriza-se por episódios de dor intensa na região abdominal, acompanhados de sintomas como náuseas e vômitos, sem uma causa orgânica aparente.

– Dor Abdominal Funcional Sem Outra Especificação (DAF-SOE): Refere-se a dores abdominais recorrentes que não se enquadram nas condições mencionadas anteriormente.

 Fatores de Risco e Diagnóstico

Existem vários fatores que podem predispor as crianças ao desenvolvimento de DGIF, como predisposição genética, experiências estressantes precoces, infecções gastrointestinais anteriores e modificações na microbiota intestinal. O diagnóstico é clínico, fundamentado nos critérios de Roma IV, que levam em conta a frequência e a duração dos sintomas, além de descartar causas orgânicas.

 Abordagem Terapêutica

O tratamento das DGIF em crianças deve ser abrangente e personalizado. As principais estratégias incluem:

– Educação e Segurança: É essencial explicar à criança e aos seus responsáveis a natureza funcional do distúrbio, ressaltando que, embora os sintomas sejam reais, não estão ligados a uma doença orgânica grave.

– Modificações Dietéticas: Certas intervenções na alimentação podem ajudar, como o aumento de fibras, que demonstrou eficácia na atenuação dos sintomas da SII. No entanto, as dietas restritivas, como a pobre em FODMAPs, devem ser aplicadas com cuidado e sempre com a supervisão de um profissional devido ao risco de deficiências nutricionais.

– Terapias Comportamentais: Abordagens como a terapia cognitivo-comportamental e a hipnoterapia mostraram eficácia considerável no alívio da dor abdominal funcional em crianças.

– Uso de Probióticos: Algumas cepas de probióticos, como o Lactobacillus rhamnosus GG e o Lactobacillus reuteri, apresentaram benefícios significativos na redução dos sintomas em crianças com SII.

– Medicação: O uso de medicamentos deve ser analisado cuidadosamente. Antiespasmódicos, como a hioscina, podem ser prescritos em casos selecionados, embora as evidências sobre sua eficácia sejam limitadas. Neuromoduladores, como antidepressivos tricíclicos, podem ser recomendados em casos difíceis de tratar, sempre com a supervisão de um especialista.

 Conclusão

As doenças gastrointestinais funcionais são frequentes na infância e exigem uma abordagem que abarque várias áreas e seja adaptada a cada caso. Compreender de forma adequada esses distúrbios e aplicar intervenções baseadas em evidências são passos cruciais para melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas e de suas famílias. É vital que os pais e cuidadores procurem orientação profissional para manejar esses sintomas de maneira eficaz, promovendo o bem-estar e o desenvolvimento saudável das crianças.

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