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Quem é a “Helicobacter pylori”?

Helicobacter pylori é uma bactéria que infecta o estômago. Ela acomete cerca de metade das pessoas em todo o mundo, mais nos países em desenvolvimento.

Relação com câncer gástrico

Bactéria que infecta o estômago e duodeno.

O medo dela é bem grande! Esse medo, nos dias atuais de fácil difusão das informações pela internet, se deve ao fato de haver relação entre a bactéria com úlcera péptica (estômago 60% e duodenal 90%) e câncer gástrico.

Epidemiologia

Bactéria presente em todo o mundo.

Em crianças, há aumento progressivo na aquisição da bactéria a medida que a idade avança. Apesar da sua correlação com câncer, como dito anteriormente, essa complicação entre as crianças é bem rara. O que se sabe é o fato de que, diferente do que ocorre entre adultos, nas crianças infectadas por esse germe não costumam apresentar inflamação, por motivos ainda não tão bem definidos. Assim, sem inflamação evidente, não se forma úlcera ou se desenvolve câncer do estômago, tendo até benefícios para algumas situações.

Estudos mostram que, aqueles infectados com Helicobacter pylori na infância, tem menos chance de alergia alimentar. Um provável benefício da interação com o patógeno na modulação da imunidade.

Diagnóstico

Endoscopia digestiva alta – exame que se usa uma sonda com fibra óptica que observa por uma câmera como está o esôfago, estômago e duodeno.

Em crianças, indica-se a pesquisa de Helicobacter pylori quando houver suspeita de doença ulcerosa péptica. Deve ser feita com endoscopia digestiva alta e biópsias (recomendadas 6 biópsias) e teste da urease. Esses testes devem ser feitos se a endoscopia revelar erosões ou úlceras pépticas.

Geralmente se suspeita de úlcera quando há sinais de alarme como:

  1. Dor na boca do estomago que a acorda a criança à noite
  2. Não melhora com o tratamento padrão
  3. Náusea
  4. Vômitos
  5. Sangramento ativo nos vômitos
  6. Falta de apetite
  7. Perda de peso.

Outros testes

Não se recomenda uso de testes sorológicos, ou seja, de sangue, saliva ou urina para pesquisar essa bactéria. Em casos de trombocitopenia imune (queda das plaquetas), pode-se investigar antígeno fecal. Em outras situações como dor abdominal funcional, baixa estatura, anemia refratária, não há indicação para se investigar essa bactéria.

Algumas situações podem atrapalhar o diagnóstico

Se a pessoa usou medicações para estômago como inibidores de bomba de prótons (omeprazol, esomeprazol, pantoprazol) em duas semanas antes ou antibióticos no último mês, a pesquisa da bactéria é prejudicada. Pode dar falso negativo!

Tratamento

O objetivo deste artigo não é falar sobre esquemas de tratamento. A conduta de terapia para todos com essa bactéria tem gerado cepas resistentes a vários antibióticos. O tratamento geralmente dura cerca de 14 dias e envolve uso de vários antibióticos combinados devido a essa resistência crescente.

As crianças devem ser tratadas, se confirmado a infecção, em associação com úlcera péptica. Em outras situações deve-se discutir com a família o custo-benefício do tratamento.

O pediatra tem papel fundamental nessa condução ao introduzir, orientar e estimular alimentação saudável sem alimentos processados, com estímulo a alimentos hipossódicos, frutas e legumes.

Controle de infecção

O controle de infecção deve ser feito depois de 4 semanas do término do tratamento. Naqueles que não tem sintomas, não haverá necessidade de se fazer nova endoscopia. Poder-se-á fazer teste fecal ou de Ureia com carbono marcado.

Estamos dispostos a te ajudar.

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